sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Tempo, as Lembranças e a Vida




   
    Às vezes fico pensando. Penso no quanto o tempo passa rápido e como sinto saudades de momentos que já passaram. Ouço músicas que fazem ressurgir lembranças, emocionam e quase me fazem chorar. Não de tristeza, mas, sim, por causa de um sentimento de querer reviver aquilo novamente, apesar de saber que só existe essa possibilidade na memória. As lembranças são um tesouro que deve ser guardado com carinho.
   Somos como flores, brotamos, crescemos e rapidamente murchamos. Cada momento da vida deve ser aproveitado para produzirmos o máximo que pudermos. Para que nossa vida tenha um significado enquanto vivermos e depois que partirmos. Os dias passam e cada um precisa ser valorizado como único, pois cada um tem o seu significado e somando-os, à medida que passam, formam nossa vida, nossas lembranças e experiências.
   Também penso no futuro, faço projeções, crio e imagino. É como se eu estivesse compondo uma melodia, deixo a intuição me levar, faço combinações de notas e acordes conforme vou sentindo. Compondo sou guiada pelo sentimento, mas, pensando bem, na vida mesmo sou guiada mais pela razão.
   Meu viver é compor e ouvir melodias que já compus, ou seja, é a partir de experiências passadas, agir. Cada nota que toco, vivo e o que vivo logo não será mais presente. E a nota seguinte não será mais futuro. O tempo todo haverá mudanças. O que era já não será mais e o que não era passará a ser. Da mesma forma que uma escada onde só se pudesse subir, e, à medida que se fosse subindo, os degraus fossem desaparecendo, pois o tempo não volta mais. Meu destino é ir subindo e aprender com cada degrau.

Letícia Rocha

texto escrito em 2008

domingo, 21 de outubro de 2012

Correndo no Deserto


   







   Vou correndo pelas areias do deserto. Lá na frente, eu enxergo um futuro incerto. Corro contra o vento. Talvez não haja mais tempo. Pois os trilhos estão distantes, apesar de parecerem estar perto.
   Que agonia! É provável que anoiteça.  O sol deixa de tocar sua sinfonia. A melodia desaparece antes que eu esqueça. A noite surge e eu, finalmente, esqueço. Não lembro mais que talvez não amanheça. Deixo de lado tudo e, então, desapareço.
   Surgi uma nova paisagem ao meu redor. O deserto desapareceu. Os rios que navego confirmam que o meu Deus é maior. O dia amanheceu.


Leticia Rocha

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Momento de Chuva












Chove intensamente
O céu vai escurecendo
Eu vagarosamente
Estou adormecendo                          

Escuto os trovões
As folhas escorregam                                       
Sonho com soluções
Mas elas não fecham

Quando a tempestade
Finalmente passar
Acharei a verdade
Difícil de achar

Passaram-se os ventos
Estou a descobrir
Que  é  nesses momentos
Que o melhor é sorrir


Leticia Rocha

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pensamentos Indecisos

Quase todo instante
Um pensar inconstante              

Em diversos momentos

Assim são os pensamentos

Movendo-se incertos

Perdem-se em desertos

Vagam em correntezas                   

Nos rios das incertezas






Leticia Rocha

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Duas tesouras e Uma Cortina





   Meu quarto possui uma cortina colorida. A estampa é de uma paisagem com rios, árvores e um helicóptero.
   Hoje acordei com o som da campainha. Corri para atender. Qual foi a minha surpresa? Abri a porta e encontrei duas tesouras dentro de uma caixa. Nada entendi, mas eram bonitas tesouras. Segurei-as uma em cada mão e "recortei o ar". Voei.
   Bastava segurá-las e recortar algo imaginário para se estar voando. Passei por lagos, árvores e montanhas. É indescritível a sensação de voar. Não é como estar em um avião, mas, sim, de estar livre.
   Fechei os olhos e curti aquilo que nunca havia experimentado. Assustei-me quando percebi que havia recortado algo concreto. Abri os olhos. Era a hélice de um helicóptero.
   O helicóptero caiu e houve um forte estrondo. Foi assim que me vi caída no chão de meu quarto. Espantei-me ao levantar-me e ver a cortina despencada e partida em retalhos. Olhei para o lado e avistei duas tesouras. 

Leticia Rocha

Texto escrito em 2007

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Estar Sozinho, mas...


Estar sozinho

 Às vezes é bom
Ficar sozinho.
Ouvindo o coração

O coração fala.
Nós ouvimos mal.
O coração fala
Baixinho.

O coração é sensível.
O coração não descansa
Enquanto há vida.

O coração quer regar
Todo nosso ser.

... mas é bom estar junto

Quando dois corações
Andam no mesmo ritmo
Os olhos entendem-se

Nasce harmonia
Nasce melodia
Surge vida

Vida interior,
Melodia.

                                                                          Letícia Rocha

                                                                                      

segunda-feira, 25 de junho de 2012

domingo, 24 de junho de 2012

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sou movida por uma melodia.



  








Estou em movimento
porque uma melodia
sopra em meus pensamentos.

Ela me faz voar.
Ela me impulsiona
a ir mais longe.

Tudo que vejo
é o reflexo dela.

Meus olhos se encantam.
Meus olhos enchem-se
de lágrimas.
Meus olhos derramam
as notas musicais
que a formam.

As notas me atraem
com sua força.
Eu as seguro
com a ponta dos dedos.

Sou atraída.
Penetro em um
mundo interno.

Ganho asas para
me deslocar.
Ganho liberdade
para viver.





Leticia Rocha

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Espaço Infinito











O Espaço Infinito

   O universo é um corpo. As galáxias são os sistemas, os planetas são os órgãos e nós somos suas células. As células nascem e morrem constantemente.
   Cada célula de nosso corpo corresponde a um ser humano no universo. Cada qual desempenha uma função definida dependendo da união entre elas para que haja harmonia.
   Nós somos o universo. Há um vazio infinito em nosso interior. Por isso, buscamos nos preencher a toda hora.
   O universo está em expansão. Não importa o quanto nos esforçarmos, não conseguiremos preenchê-lo. Somos tão pequenos como uma célula, mas nosso interior é infinito e expande-se a cada instante que passa.



Obs: O  Único que pode nos preencher adoraria fazer isso. Ele criou o universo e Ele deseja habitar dentro de nós.

Leticia Rocha


terça-feira, 17 de abril de 2012

Sede que me faz correr e esperar



   Estou perseguindo uma linha, mas ela não cansa de distanciar-se de mim. Eu não canso de correr atrás. Só estou cansada de não tê-la. Lá está a resposta para todas as minhas dúvidas.
   Estou começando a pensar que ela jamais cansará de rolar. Parece que é movida por uma força infinita. Acompanha a expansão do universo. Não tenho força o suficiente para acompanhar o ritmo. Por isso, vivo em uma eterna ilusão. Ignoro que a vida passa em um piscar de olhos. Sinto-me grande e independente enquanto na verdade não sou.
   Estou começando a perceber que o mundo é um solo. As pessoas enterram-se em uma ilusão e tornam seu habitat impermeável. Contentam-se com seu ambiente seco. Isso faz com que tornem seu mundo mais pobre.
   Não tenho a linha, mas tenho sede. Minhas dúvidas deixam minha terra mais fértil. Espero a chuva com paciência todos os dias. Minha esperança é de que quando ela vier eu crescerei como uma árvore.
   No dia que eu estiver alta, verei a linha lá de cima. Com meus olhos verei também a direção que ela segue. Lá na frente encontrarei a resposta que resume cada pergunta.

                                                               Letícia Rocha
Texto Escrito em 2007


Obs: Hoje, depois do tempo que passou, já enxergo a linha.  Não  vivo mais de  dúvidas, mas escolhi o caminho da certeza. 
É o caminho da vida. É a verdade pura.  O livro mais famoso do mundo aponta a linha que resumi tudo. Desde o  início  ate o fim.  


João 14.6

 João 3.16    

                                                                                                 a autora do texto.

                                                                         

quarta-feira, 28 de março de 2012

A Perda dos Sentidos



   

   Estou a observar a paisagem. Vejo um mundo muito variado. As variações, porém, possuem tons comuns. Do mesmo modo que uma pintura abstrata ou uma sinfonia.
   O mundo pode ser interpretado de diversas formas. O mundo pode ser ouvido de incontáveis maneiras. Cada ser humano foca-se onde se sente mais atraído. As melodias da vida atraem as pessoas. Elas movimentam-se acompanhando o ritmo das notas musicais pelo qual estão sendo atraídas. Algumas estão surdas.
   Quando a sensibilidade musical da vida é perdida, o ser mergulha em profundo silêncio. O interior torna-se infrutífero. A água evapora. A harmonia esgota-se. Uma corrente sombria penetra no ser. Ele fica preso. O movimento termina.
   Isso acontece lentamente. Primeiro os olhos deixam de apreciar a beleza da vida. O indivíduo ou fica cego ou passa a enxergar um mundo distorcido. Tudo perde as cores. O tato também é prejudicado. O ser não sente mais o exterior. O olfato e o paladar desligam-se. A vida perde o gosto. Finalmente perde a melodia.
   O amor é a força capaz de devolver os sentidos. Como uma chuva, ele faz com que a harmonia interna reviva. Um ser humano melodioso tem capacidade de conduzir através do amor o outro de volta à vida. Esses seres precisam estar atentos à sua volta; O mundo está morrendo.

                                                                                                                                                                                Letícia Rocha


(texto escrito em 2007)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Busca Constante



   Encolhida sob as cobertas, ela espantava o sono com seus pensamentos.  Ouvia o tic-tac do relógio. Precisava acordar cedo no dia seguinte, pois iria trabalhar.
   Refletia sobre sua vida. Pensava na grandeza do universo. Perguntava-se todos os dias o motivo de sua existência. Não tinha certeza se respirava por acaso ou se a vida era mais que isso. O que sabia era que sentia falta de algo. Era como se ela tivesse perdido uma parte sua.
   Não havia se alimentado bem. Levantou-se com fome. Desse jeito não conseguiria dormir. Abriu a geladeira para ver o que tinha. Estava indecisa. Sentia fome, mas não queria comida. Sentia-se cansada, mas não queria descansar. Estava tonta e confusa. Seus pensamentos já não faziam sentido.
   Suas mãos tremiam. Estava muito frio. Arrependeu-se por ter escolhido ser uma mulher só. Como seria bom se tivesse com quem compartilhar seus sentimentos, pensou... Mas ao longo de sua vida já havia se decepcionado tanto com as pessoas! Talvez ela estivesse procurando alguém. Não, não estava. Estava em busca de um significado para sua vida.
   Voltou para sua cama insatisfeita consigo mesma. Como ela era frágil, pequena e sozinha, pensou. Com o coração vazio de respostas e o interior repleto de dúvidas, continuou inutilmente sua busca. A busca que lhe fazia sofrer.

Leticia Rocha

Conclusão:
A resposta está mais perto do que se imagina.

Às vezes não percebemos, mas: É  mais claro do que se pensa.

terça-feira, 20 de março de 2012

Som e Movimento



   Ouço um som que me impulsiona e que me mantém em movimento, me fazendo acelerar, andar com mais firmeza, correr e voar. De onde vem o que ouço? Vem  do meu interior, mas eu também o escuto vindo de fora. É uma melodia que se combina com o que há de mais profundo e intenso dentro de mim.  Mistura-se  com meu sangue, irriga minhas células, faz meu coração bater mais forte.
   Enquanto eu ando e aumento minha velocidade cada vez mais, já não sou capaz de me manter no chão, de repente estou voando. Abro meus braços para manter o equilíbrio, mas o que me mantém suspensa é o que estou ouvindo. Porém, o som nem sempre é o mesmo. E há períodos que ele oscila, tanto no ritmo, quanto nas notas ou até mesmo no volume,  tornando- se, muitas vezes, difícil de escutá-lo. Quando a música é mais leve, eu adormeço e ao acordar encontro-me em terra firme. É preciso levantar e começar uma nova caminhada e novamente surge aquela melodia que me impulsiona a andar mais rápido.
  O problema é que o som externo nem sempre é compatível com o que flui no meu interior. Eles querem me levar a direções diferentes. Nessa situação, surge uma pressão que não posso descrever a intensidade. Então, meu sangue desce  através de meus olhos, minhas lágrimas possuem melodia. O sangue molha a terra e notas musicais se espalham pelo ar. Assim, minha música  combina mais uma vez com a que vem de fora.  Pois minhas lágrimas mudaram o exterior. Agora posso continuar a andar. Pra onde estou indo?
  Não sou capaz de responder, mas anseio por continuar.  Meu viver não é independente. Se eu paro, meu sangue perde a cor, minhas células morrem e meu coração para.

Leticia Rocha

Escrito em 2009.
Obs: Aprendi a administrar o meu voo. Por isso, hoje sou feliz.

domingo, 18 de março de 2012

Sem Saber- Agora Sabe

Sem Saber

Ela pensava "O que estou fazendo aqui"?
Continuava caminhando...                                        
Ela pensava "Para onde estou indo?"
Seguia andando...
Sem saber para onde ir,
Sem saber o que fazer,
Seguia em frente...
Sem saber para onde ir,
Sem saber o que fazer
Com suas dúvidas
continuava caminhando.

Agora Sabe

Como água que dilui,                                                        
se foram as dúvidas
uma a uma...
Como folha branca,
sua vida estava nova
Nao só caminhava,
como também sabia
qual era o seu destino,      
não só isso, mas
principalmente: o objetivo
da sua caminhada.

E como ocorreu
Essa mudança?
Pergunte a ela.

Letícia Rocha

sexta-feira, 16 de março de 2012

Os Segredos de Bhaskara






  Uma manhã quente de verão, ventiladores ligados a todo vapor, alunos inquietos devido ao calor em uma aula de matemática. Meninas rindo no fundo da sala, meninos cochichando do outro lado e o professor apagando o quadro para explicar a matéria nova.
   - Pessoal, vamos prestar atenção agora- disse o mestre- Vocês vão aprender já, já uma fórmula nova. - disse por fim. Era um senhor com um pouco mais de cinqüenta anos, usava óculos, era calmo, concentrado e seus cabelos ainda eram pretos apesar da idade.
    Marina perdia-se em pensamentos. "Como pude esquecer a senha do cadeado?", pensava. "Como escreverei no meu diário?" Não queria perder o cadeado tendo que arrebentá-lo, pois fora um presente especial de sua avó. Lembrava que no dia em que ela o entregou olhou bem em seus olhos e disse " Cuide bem dele, querida. Saberá por que." Em seguida, saiu misteriosamente sem dizer mais nada, deixando a neta intrigada.
   - Bem, estão todos olhando para cá?- perguntou o professor e continuou. - A seguinte fórmula que acabo de colocar no quadro se chama Baskhara. Como vocês podem observar serve para resolver equações de segundo grau.
   Marina observou. O professor prosseguiu a explicação:
   - Estão vendo? Aqui onde fica a raiz é o delta. - Em seguida desenhou a forma de um triangulo no quadro, o delta.
   A menina achou estranho o modo como seu mestre desenhava a figura.  Diferente do jeito que a maioria das pessoas desenha. Ele desenhava primeiro o lado esquerdo, depois a base e por último, o lado direito. A maioria das pessoas desenha a base por último. E ao pensar nisso achou graça e teve um sobressalto. "224" era a senha do cadeado! Eram os mesmos números que estavam na fórmula de Bhaskara e no exato sentido em que o professor desenhou o triângulo. "Seria apenas coincidência?", pensou.
   O sinal tocou e Marina queria chegar em casa logo, pois estava morrendo de fome. “O que será que minha mãe fez hoje de almoço?", imaginava no caminho. Que bom que sua casa era há poucas quadras dali e ela ia a pé.
   Quando chegou, porém, não encontrou sua mãe em casa preparando a comida como de costume. Na verdade, não viu sua mãe, nem ninguém. “Que estranho", e começou a ficar preocupada, pois nem um sinal de aviso ou bilhete. Foi até seu quarto para telefonar para o celular de sua mãe, mas interrompeu a ligação assustada antes mesmo de acabar de discar. "Será que alguém leu meu diário?" Estava ali o cadeado aberto. Seu diário no chão. "Quem descobriu a senha?" Pegou o cadeado e viu uma marca que não estava antes ali: "B". Estava grifada a segunda letra do alfabeto em maiúsculo. Mariana deu um grito e ficou a balbuciar:
    - B..., ba..., Bhaskara!

Leticia Rocha

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sentimentos que me Buscam


Estou de frente
para os meus
sentimentos.

Eles me buscam,
me procuram

Vejo em seus olhos
uma necessidade
de carinho.

Vejo em seus rostos
o quanto eles precisam
de minha atenção,
de minha compreensão.

Eu nada digo.
Eles querem apenas
serem ouvidos.

Sua linguagem é
a emoção,
pois desconhecem
o significado
das palavras.

Por isso, eu escuto
as lágrimas.
Por isso, eu observo
os gestos.

Por isso, eu seguro
suas mãos e fico
em silêncio enquanto
sinto meu coração bater.     

Leticia Rocha          

texto escrito em 2007                         

                                                                                  

quarta-feira, 14 de março de 2012

O Jovem e o Trânsito




        O número de acidentes nas estradas e rodovias envolvendo jovens tem crescido a cada ano, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito. As causas desse aumento são diversas. Essa situação poderia ser minimizada, se fossem tomados alguns cuidados.
O consumo de álcool é o principal motivo que vem causando esse problema. É sabido que a bebida inibe os reflexos, fazendo com que o motorista não respeite as leis de trânsito, dirija  mais rápido ou até mesmo não coloque o cinto. A imprudência é freqüente. Tantos acidentes poderiam ser evitados, se houvesse mais consciência. As pessoas sabem que devem colocar o cinto e dirigir com cautela, mas agem como se não soubessem. É necessário ter em mente que as conseqüências podem ser graves e irreversíveis.
Além disso, a pressa para chegar ao destino é comum e põe vidas em risco. Dirigir em alta velocidade, às vezes, não está relacionado somente ao ímpeto de chegar rapidamente, mas ao fato de os jovens desejarem mostrar aos amigos e provarem a si mesmos que são corajosos, mascarando, dessa forma, suas inseguranças. Muitas vezes, não estão preparados para dirigir. É necessário maturidade. Quando se é imaturo, não se pensa nas conseqüências.
Assim, responsabilidade é o que está faltando para que a violência no trânsito, sobretudo a que envolve os jovens, diminua. É preciso valorizar a vida. É preciso ter seriedade e consciência para que se tenha mais segurança.

                                                                                                   Letícia Rocha


Texto escrito em 2008

terça-feira, 13 de março de 2012

A Busca


Uma nuvem girando no céu,
As ondas indo e vindo no mar,
O vento levantando grãos de areia
E meus olhos a procurar um
Reflexo daquilo que estou a esperar
Não posso dizer o que é
Mas sigo minha busca sem cessar
Cavo um buraco na terra
E tudo começa bem devagar
Primeiro uma tempestade se arma
Cada gota de chuva me acalma
Esqueço o que eu estava buscando
Mas me lembro ao adormecer
E sonhar com você

Leticia Rocha

domingo, 11 de março de 2012

Coração e Segredo

Meu coração é um cadeado.
Que mantém fechado o que há
de mais secreto em mim.
O que me move, me conduz
e me dá vida.

Meu sangue faz com que
esse segredo regue todo meu ser.
Segredo que poderá ser compartilhado
com quem descobrir o enigma.
Enigma que abre meu coração.
Enigma que se chama amor.

                                                          

                                                                                                                  
                                                        Letícia Rocha

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Aliança de Ouro



   Ficou paralisada por alguns instantes após o choque. Sua aliança de ouro havia encostado na tomada. A aliança que ela havia feito com a vida.
   A corrente elétrica penetrou em seu sangue revelando todos os segredos da vida. Ouvia cada um enquanto sentia seu coração palpitar. O mundo e a eletricidade eram sinônimos. Os seres humanos correspondem aos elétrons.
   Estava compreendendo palavras sem tradução. Estava entendendo a simetria do universo. Tudo não passava de reflexos. Os oceanos escondem os mistérios das galáxias. Os seres humanos buscam respostas externas e esquecem-se de buscar em si mesmos.
   A palavra conjunto parece reger tudo. Tudo é um conjunto de átomos. Tudo se separa em conjuntos que se encontram entrelaçados. Começando pelas células de seu corpo, com a cadeia alimentar e com as próprias leis do universo.
   Estava vendo partículas minúsculas aumentadas infinitas vezes mais. Concluiu que ela própria estava debaixo de um microscópio. Concluiu que ela estava diante de uma origem e um fim. Tudo obedece as leis dessa origem. Essa é sinônimo de equilíbrio. Pode ser representada pelo número zero. Funciona como um espelho infinito. Funciona da mesma forma que seu cérebro para seu corpo. É o exterior e o interior ao mesmo tempo, ambos são opostos, se atraem,  são reflexos e se expandem.
   Segurou a aliança em suas mãos. Com um movimento decidido a prendeu em seu coração e deixou-se ser transportada. Transportada pela corrente que corre por suas veias. Transportada pela corrente que rege o universo.


Leticia Rocha

sábado, 3 de março de 2012

Busco Um Lugar


 


Busco um lugar
Um lugar onde
Eu não me sinta só
Mesmo que esteja

Onde a noite me toque
E o brilho das estrelas
Me traga conforto

Um abrigo onde
Mesmo que a brisa sopre
Eu me sinta aquecida

Que sua beleza
Encante meus olhos
E que o silêncio
Me faça pensar

Pois sem ti
Me sinto só
Sem ti, não há
Quem me toque

Só o calor
De teus braços
Me traz conforto

Sem ti, meus olhos
Perdem o encanto
Sem ti, meus pensamentos
Voam sem direção
Preciso de ti, Jesus.


                                                                Letícia Rocha




segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Uma Grande Descoberta


   Trovoadas, raios, uma chuva densa caindo lá fora. Assim, estava o dia. Não somente o dia, como também, Sofia, em seu interior. Ela ouvia o barulho da chuva no quarto enquanto sentia-se muito triste e vazia. A cada trovoada, então, pensava e repetia pra si mesma "se eu tivesse alguém aqui do meu lado, alguém que me ouvisse...". Mas, claro, no fundo, ela sabia que isso não bastava. O vazio era maior que qualquer ser humano.
   A vida dela na verdade, nem era tão má. Tinha uma família, pai, mãe e uma irmã. Era uma menina bonita, inteligente. Poderia-se dizer que, exteriormente, tratando-se de vida exterior, ela tinha tudo que qualquer um podia desejar. Mas dentro de si, algo gritava. Ela queria completar-se sem saber como. Não sabia onde encontrar essa parte sua, que talvez um dia se perdeu.
   Tampouco, Sofia sabia qual era o seu valor. Naquela tarde, porém, depois de muito chorar pela falta de um motivo para viver, ela adormeceu. Primeiro, teve um pesadelo. Monstros queriam puxá-la e atirá-la de um penhasco abaixo. Eram três. Eles apontavam uma arma. Riam e queriam empurrá-la. Puxaram-na pelo braço, sem dó. Tamanha era a agressividade deles. Iam atirar. Era questão de segundos, eles estavam apenas curtindo mais um pouco a sua agonia. Mas de repente aparece um jovem muito bonito, que se aproxima dos monstros e com o poder de levantar seus braços, diz: Saiam!  Eles caem no penhasco. E Sofia, muito assustada, tenta se acalmar, mas já se sente mais aliviada ao ver aquele belo sorriso e a coragem do jovem. Então, ela pergunta:
   - A gente, se conhece? Nossa, eu não sei como agradecer o que você fez por mim.
   -Você não imagina o quanto esperei por esse momento. Jamais deixaria eles te matarem sem te dar uma chance de ser minha amiga.
   -Como assim?
   -Venha cá, vamos conversar. Sente aqui, gosta de uva?
   -Sim...
   Ele coloca um tapete no chão e eles sentam embaixo de vários cachos de uva.
   -Mas me conta -continua ela- ainda não sei quem você é.
   -Entregue seu coração a mim, que eu te digo. Você já sabe, sou o que faria tudo por você.
   Sofia nunca tinha ouvido tais palavras antes. E ficou maravilhada. Então, você já tinha me visto, me conhece? Ta querendo ser o meu namorado? E nem o teu nome diz!
  - Quero ser mais que teu namorado. Quero ser o teu melhor amigo, teu companheiro para todas as horas.
   -Você é o meu herói. Eu quero ficar do teu lado.
   -Por você faria isso incontáveis vezes. E você nem imagina o que tenho preparado pra você.
   -Você  tá me deixando cada vez mais curiosa, qual seu nome?
   Ele abraça Sofia carinhosamente, passa as mãos nos seus cabelos e diz. Morri por você para que pudéssemos estar juntos agora. Eu desejei isso com todas as minhas forças.
   -Ela pasma, coçou os olhos e disse:
   -Você é Jesus de quem tanto minha vó fala?
   -Sou Eu
   -Oh, Jesus. Eu só te conhecia de ouvir falar. Eu desejo que você seja o meu amigo. Faço o que você quiser. Você salvou a minha vida.
   -Apenas me deixa ser o teu companheiro e o dono do barco da tua vida. Vou te levar pra lugares que tu nunca imaginou. Aceita?
   -Aceito.
   Sofia acordou de repente e foi imediatamente ligar para sua vó dizendo que queria ir conhecer sua igreja. Marcaram de ir à noite. A palavra que o seu Amigo falou com ela naquele dia foi "Não vos me escolhesses, mas eu escolhi a vós". (João 15-16)
   Chegou em casa e soube que tinha sido escolhida, que não havia nada que pudesse tirar essa alegria dela. Que agora ela poderia caminhar lado a lado com o seu companheiro, confiando que ele estava dirigindo o barco da sua vida. Com o tempo, ela foi vendo que não havia nada, nem ninguém mais poderoso que o seu herói. Nada mais temia, agora era feliz de verdade por conhecê-lo pessoalmente e viver ao seu lado.


Leticia Rocha