segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Uma Grande Descoberta


   Trovoadas, raios, uma chuva densa caindo lá fora. Assim, estava o dia. Não somente o dia, como também, Sofia, em seu interior. Ela ouvia o barulho da chuva no quarto enquanto sentia-se muito triste e vazia. A cada trovoada, então, pensava e repetia pra si mesma "se eu tivesse alguém aqui do meu lado, alguém que me ouvisse...". Mas, claro, no fundo, ela sabia que isso não bastava. O vazio era maior que qualquer ser humano.
   A vida dela na verdade, nem era tão má. Tinha uma família, pai, mãe e uma irmã. Era uma menina bonita, inteligente. Poderia-se dizer que, exteriormente, tratando-se de vida exterior, ela tinha tudo que qualquer um podia desejar. Mas dentro de si, algo gritava. Ela queria completar-se sem saber como. Não sabia onde encontrar essa parte sua, que talvez um dia se perdeu.
   Tampouco, Sofia sabia qual era o seu valor. Naquela tarde, porém, depois de muito chorar pela falta de um motivo para viver, ela adormeceu. Primeiro, teve um pesadelo. Monstros queriam puxá-la e atirá-la de um penhasco abaixo. Eram três. Eles apontavam uma arma. Riam e queriam empurrá-la. Puxaram-na pelo braço, sem dó. Tamanha era a agressividade deles. Iam atirar. Era questão de segundos, eles estavam apenas curtindo mais um pouco a sua agonia. Mas de repente aparece um jovem muito bonito, que se aproxima dos monstros e com o poder de levantar seus braços, diz: Saiam!  Eles caem no penhasco. E Sofia, muito assustada, tenta se acalmar, mas já se sente mais aliviada ao ver aquele belo sorriso e a coragem do jovem. Então, ela pergunta:
   - A gente, se conhece? Nossa, eu não sei como agradecer o que você fez por mim.
   -Você não imagina o quanto esperei por esse momento. Jamais deixaria eles te matarem sem te dar uma chance de ser minha amiga.
   -Como assim?
   -Venha cá, vamos conversar. Sente aqui, gosta de uva?
   -Sim...
   Ele coloca um tapete no chão e eles sentam embaixo de vários cachos de uva.
   -Mas me conta -continua ela- ainda não sei quem você é.
   -Entregue seu coração a mim, que eu te digo. Você já sabe, sou o que faria tudo por você.
   Sofia nunca tinha ouvido tais palavras antes. E ficou maravilhada. Então, você já tinha me visto, me conhece? Ta querendo ser o meu namorado? E nem o teu nome diz!
  - Quero ser mais que teu namorado. Quero ser o teu melhor amigo, teu companheiro para todas as horas.
   -Você é o meu herói. Eu quero ficar do teu lado.
   -Por você faria isso incontáveis vezes. E você nem imagina o que tenho preparado pra você.
   -Você  tá me deixando cada vez mais curiosa, qual seu nome?
   Ele abraça Sofia carinhosamente, passa as mãos nos seus cabelos e diz. Morri por você para que pudéssemos estar juntos agora. Eu desejei isso com todas as minhas forças.
   -Ela pasma, coçou os olhos e disse:
   -Você é Jesus de quem tanto minha vó fala?
   -Sou Eu
   -Oh, Jesus. Eu só te conhecia de ouvir falar. Eu desejo que você seja o meu amigo. Faço o que você quiser. Você salvou a minha vida.
   -Apenas me deixa ser o teu companheiro e o dono do barco da tua vida. Vou te levar pra lugares que tu nunca imaginou. Aceita?
   -Aceito.
   Sofia acordou de repente e foi imediatamente ligar para sua vó dizendo que queria ir conhecer sua igreja. Marcaram de ir à noite. A palavra que o seu Amigo falou com ela naquele dia foi "Não vos me escolhesses, mas eu escolhi a vós". (João 15-16)
   Chegou em casa e soube que tinha sido escolhida, que não havia nada que pudesse tirar essa alegria dela. Que agora ela poderia caminhar lado a lado com o seu companheiro, confiando que ele estava dirigindo o barco da sua vida. Com o tempo, ela foi vendo que não havia nada, nem ninguém mais poderoso que o seu herói. Nada mais temia, agora era feliz de verdade por conhecê-lo pessoalmente e viver ao seu lado.


Leticia Rocha