sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Tempo, as Lembranças e a Vida




   
    Às vezes fico pensando. Penso no quanto o tempo passa rápido e como sinto saudades de momentos que já passaram. Ouço músicas que fazem ressurgir lembranças, emocionam e quase me fazem chorar. Não de tristeza, mas, sim, por causa de um sentimento de querer reviver aquilo novamente, apesar de saber que só existe essa possibilidade na memória. As lembranças são um tesouro que deve ser guardado com carinho.
   Somos como flores, brotamos, crescemos e rapidamente murchamos. Cada momento da vida deve ser aproveitado para produzirmos o máximo que pudermos. Para que nossa vida tenha um significado enquanto vivermos e depois que partirmos. Os dias passam e cada um precisa ser valorizado como único, pois cada um tem o seu significado e somando-os, à medida que passam, formam nossa vida, nossas lembranças e experiências.
   Também penso no futuro, faço projeções, crio e imagino. É como se eu estivesse compondo uma melodia, deixo a intuição me levar, faço combinações de notas e acordes conforme vou sentindo. Compondo sou guiada pelo sentimento, mas, pensando bem, na vida mesmo sou guiada mais pela razão.
   Meu viver é compor e ouvir melodias que já compus, ou seja, é a partir de experiências passadas, agir. Cada nota que toco, vivo e o que vivo logo não será mais presente. E a nota seguinte não será mais futuro. O tempo todo haverá mudanças. O que era já não será mais e o que não era passará a ser. Da mesma forma que uma escada onde só se pudesse subir, e, à medida que se fosse subindo, os degraus fossem desaparecendo, pois o tempo não volta mais. Meu destino é ir subindo e aprender com cada degrau.

Letícia Rocha

texto escrito em 2008