Às vezes fico pensando. Penso no quanto o
tempo passa rápido e como sinto saudades de momentos que já passaram. Ouço
músicas que fazem ressurgir lembranças, emocionam e quase me fazem chorar. Não
de tristeza, mas, sim, por causa de um sentimento de querer reviver aquilo
novamente, apesar de saber que só existe essa possibilidade na memória. As
lembranças são um tesouro que deve ser guardado com carinho.
Somos como flores, brotamos, crescemos e
rapidamente murchamos. Cada momento da vida deve ser aproveitado para
produzirmos o máximo que pudermos. Para que nossa vida tenha um significado
enquanto vivermos e depois que partirmos. Os dias passam e cada um precisa ser
valorizado como único, pois cada um tem o seu significado e somando-os, à
medida que passam, formam nossa vida, nossas lembranças e experiências.
Também
penso no futuro, faço projeções, crio e imagino. É como se eu estivesse
compondo uma melodia, deixo a intuição me levar, faço combinações de notas e
acordes conforme vou sentindo. Compondo sou guiada pelo sentimento, mas,
pensando bem, na vida mesmo sou guiada mais pela razão.
Meu
viver é compor e ouvir melodias que já compus, ou seja, é a partir de
experiências passadas, agir. Cada nota que toco, vivo e o que vivo logo não
será mais presente. E a nota seguinte não será mais futuro. O tempo todo haverá
mudanças. O que era já não será mais e o que não era passará a ser. Da mesma
forma que uma escada onde só se pudesse subir, e, à medida que se fosse subindo,
os degraus fossem desaparecendo, pois o tempo não volta mais. Meu destino é ir
subindo e aprender com cada degrau.
Letícia Rocha
texto escrito em 2008
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