quinta-feira, 22 de março de 2012

Busca Constante



   Encolhida sob as cobertas, ela espantava o sono com seus pensamentos.  Ouvia o tic-tac do relógio. Precisava acordar cedo no dia seguinte, pois iria trabalhar.
   Refletia sobre sua vida. Pensava na grandeza do universo. Perguntava-se todos os dias o motivo de sua existência. Não tinha certeza se respirava por acaso ou se a vida era mais que isso. O que sabia era que sentia falta de algo. Era como se ela tivesse perdido uma parte sua.
   Não havia se alimentado bem. Levantou-se com fome. Desse jeito não conseguiria dormir. Abriu a geladeira para ver o que tinha. Estava indecisa. Sentia fome, mas não queria comida. Sentia-se cansada, mas não queria descansar. Estava tonta e confusa. Seus pensamentos já não faziam sentido.
   Suas mãos tremiam. Estava muito frio. Arrependeu-se por ter escolhido ser uma mulher só. Como seria bom se tivesse com quem compartilhar seus sentimentos, pensou... Mas ao longo de sua vida já havia se decepcionado tanto com as pessoas! Talvez ela estivesse procurando alguém. Não, não estava. Estava em busca de um significado para sua vida.
   Voltou para sua cama insatisfeita consigo mesma. Como ela era frágil, pequena e sozinha, pensou. Com o coração vazio de respostas e o interior repleto de dúvidas, continuou inutilmente sua busca. A busca que lhe fazia sofrer.

Leticia Rocha

Conclusão:
A resposta está mais perto do que se imagina.

Às vezes não percebemos, mas: É  mais claro do que se pensa.

Um comentário:

  1. LETÍCIA, QUE LINDAS E SENSÍVEIS PALAVRAS! Parabéns por tuas escrituras serem tão intensas e poéticas. Eu te convido a ler meus últimos poemas no http://palavraseimagensposmodernas.blogspot.com
    Esperarei tua visita também. Beijo grande.

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