Uma homenagem aos professores, admiro muito esses profissionais que tanto me ensinaram.
Cada professor, o seu jeito.
Cada aula, seu gosto, sua cor.
Nas aulas de filosofia, sou um peixe. A
aula tem gosto de frutos do mar e uma cor acizentada e azulada como a água do
mar. Saio do mundo, onde estou mergulhada em idéias fixas e rígidas, para
morrer e ser devorada pelo pensamento filosófico.
Nas de história, que são muito
coloridas e com gosto de tinta, pinto o passado e analiso o porquê de cada
acontecimento. Viajo para outra época, assim como um pincel desliza sobre a
tela.
O calor da aula de geografia é gostoso
como um dia levemente ensolarado. Sinto a natureza. Busco explicações para o
espaço onde vivo. O próprio nome “geografia” possui tons azulados e amarelados.
Literatura comparo com um docinho.
Deve ser apreciada devagar. Já o português, muitos não descobriram a delícia
que ele é. As aulas são semelhantes ao café. Precisam ser adoçadas.
Não há matéria que mude tanto de cor
como a química. É um iogurte! Ora está rosa, ora branca, às vezes laranja.
Depende do sabor.
No inglês, perco-me entre muitas
palavras. Sou como uma única letra no dicionário. Com um pouco de
raciocínio, sou encontrada e descubro
meu próprio significado.
A biologia faz com que eu compreenda do que sou formada. As aulas são
transparentes como a água. Posso enxergar o exterior e o interior de grande
parte das coisas.
O crânio é como uma caixa de ferramentas
que é como a física. No crânio existe o cérebro, que é a matemática. Essa
disciplina é fundamental. É a raiz de todas as outras. Essencial para que
existam os peixes, o sol, os pincéis, o dicionário, o café, os docinhos e o
iogurte.
Letícia Rocha
Ps: Escrevi esse texto em 2007