quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Passeio

     Saio para jantar com minha mãe. Está uma noite fria e tranquila. Restaurante cheio. Aguardamos na fila. Adoro comida japonesa. Minha mãe vai por insistência minha, pois não curte muito o peixe cru. Que bom que têm no cardápio outras opções: como massa e peixe frito.    

    Sentamos. Fazemos os nossos pedidos. O garçom vem para oferecer as opções de bebidas. Escuto os murmúrios das mesas em volta. Alguém diz " me perdi na vida". Eu fico pensando " O que seria se perder na vida?" Comento sobre a frase que ouvi com minha mãe e, de repente, ficamos divagando.

    " Se perder na vida...". Seria perder o emprego? Seria perder o grande amor? Seria tomar uma decisão errada? Não sei. Apenas fico me perguntando.

    De repente, minha mãe diz " Filha, se perder na vida pode ser muito mais do que você imagina." Então, penso " Posso não saber, mas nunca vou me perder na vida." Para mim, o mais importante é a minha independência. Ah, e mais: Um grande amor.

Letícia Rocha Bilhalva



    


terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Caminhada

     Minha música é dividida: foge, às vezes, como estrela perdida. Minha música é inconstante e brilha a cada instante. Me perco. Me encontro. Sou uma, sou duas. 

    Subo e desço. Esqueço e desapareço. Me apego. Me desapego. Fujo e depois volto. Me pergunto, mas não tenho a resposta. 

    E agora? 

    O brilho apaga. Busco o fogo. Onde está a lenha?

    Minha busca é constante.


Letícia Rocha Bilhalva